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Trânsito de Vénus 2004
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The Venus Transit 2004

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Trânsito de Vénus 2004

Os Riscos para o Olho Humano

O olho humano possui naturalmente mecanismos de protecção contra as radiações electromagnéticas. Por exemplo:

  1. A redução da intensidade luminosa faz-se por contracção da pupila ou o cerrar das sobrancelhas.
  2. A córnea absorve os UV abaixo dos 0,30 mm.
  3. O cristalino filtra um pouco a radiação entre os 0,30 e os 0,40 mm.
  4. A córnea, o cristalino e a úvea filtram a radiação acima dos 1,4 mm, os infravermelhos (IV) longos.
  5. O pigmento xantofílico na mácula reduz a exposição dos fotoreceptores.
  6. O epitélio pigmentado está protegido pela melanina e por antioxidantes.

Mas está cientificamente comprovado que olhar para o Sol sem protecção provoca lesões oftalmológicas graves e que há factores que aumentam esses riscos:

  1. Cristalinos mais transparentes nos jovens.
  2. Ausência de cristalino nas pessoas operadas a cataratas.
  3. Cirurgias oculares que enfraqueçam a retina.
  4. Existência de patologias retinianas prévias, como por exemplo associada à diabetes.
  5. Medicação com algumas substâncias como a ingestão de tetraciclinas.
  6. Aumento da temperatura corporal devido a factores tais como febre ou mesmo clima de verão.
  7. Fundo ocular muito pigmentado que favorece o aumento de temperatura retiniana.

Proteja os jovens e as crianças em particular!

Se teve cirurgias oculares ou está doente não olhe para o Sol.

Utilize apenas a observação por projecção!

Sem protecção, a observação do sol num eclipse solar provoca lesões oftalmológicas graves, em consequência da queimadura das células da retina. A retina não tem qualquer protecção eficaz para as radiações entre os 0,38 e os 1,4 mm.

Efeitos da radiação solar na estrutura ocular.

A elevação da temperatura retiniana é induzida pela luz entre os 0,5 e os 1,4 mm (verde-amarelo, vermelho e IV). Esta radiação é essencialmente absorvida no tecido epitelial pigmentado escuro situado debaixo da retina e transformado em calor. Para intensidades elevadas de luz a retina pode literalmente ficar “cozida” por este efeito!

A elevação da temperatura retiniana é responsável por uma desnaturação das proteínas tecidulares, bastando uma exposição inferior ao minuto (sem filtros oculares protectores) para o aparecimento de lesões. Pode ser mais rápido e grave, se houver previamente patologias retinianas ou medicação com tetraciclinas.

A energia dos raios azul-violetas até aos UV é responsável por uma cadeia complexa de reacções foto-oxidativas degenerando na fotocoagulação da retina, o que destrói os cones e os bastonetes (os sensores de luz, diminui a capacidade visual) ou seja, criando uma retinopatia fotoquímica.

As observações sucessivas durante um período de tempo, tem efeitos cumulativos sobre a química da retina. Por isso, as pessoas devem ser comedidas e espaçar o mais possível as suas observações, fazendo-as rapidamente.

Faça observações com os filtros oculares, mas curtas e espaçadas!

O grande problema é que a queimadura retiniana é indolor!

Os Sintomas da Lesão Ocular.

Assim, exposição retiniana à luz solar directa não provoca qualquer dor imediata pois não há aí sensores de dor. A lesão (queimadura) retiniana provocada passa assim despercebida até surgirem os primeiros sintomas horas ou dias depois. Estes podem ser:

  1. Aparecimento da Post imagem persistente.
  2. Eritropsia: visão avermelhada dos objectos.
  3. Visão enevoada.
  4. Escotoma: aparecimento de uma área negra à frente do olho.

O resultado final é a diminuição de acuidade visual, que nos 6 meses seguintes pode ser regressiva com o tratamento adequado, permitindo uma recuperação parcial ou total, dependendo da gravidade inicial.

Por vezes, mesmo não havendo fixação prolongada da vista no sol, a lesão pode ser macular (zona em torno da fóvea e onde os cones já são muito densos) pois as fibras de Henle funcionam como fibras ópticas que focalizam e transmitem a radiação para a fóvea (a zona de maior acuidade visual do olho). Nestes casos a lesão retiniana pode não regridir e evoluir até à cegueira total.

Mostra a experiência que a grande maioria destes casos está associada à utilização de “filtros” inadequados ou seguimento de procedimentos errados.

Não seja esse o seu caso. Tome cuidado! Não facilite!