Editorial

Investir em Recursos Humanos para a Ciência

Crise... recessão... dívida pública... Termos que estamos todos já cansados de ouvir! Chegou a altura de falarmos naquilo que pode e deve elevar o ânimo, renovar as esperanças, fortalecer o País. No mundo moderno, é o desenvolvimento científico que cria as condições para gerar riqueza, estimular a economia. Ultrapassados estão os tempos em que os agentes económicos e o Governo podiam ignorar a cultura, a educação e a investigação científica. Nos tempos que correm, fazer isso equivale a suicídio económico a médio prazo com todas as consequências para a população.

Vivemos hoje numa sociedade de informação. O que significa esta frase? Que a informação é mais poderosa do que qualquer arma, que cada um de nós está disposto a pagar para ter acesso a informação, que sem informação não é possível produzir bens de consumo. Pense-se em rádio, televisão, cinema, jornais, o que seriam deles sem conteúdos? Porque tem a Internet tanto impacto sobre o mundo (afinal de contas é tudo virtual...)? Porque é essencialmente informação pura, INFORMAÇÃO, da qual o cérebro humano é sedento, como uma esponja...

Podemos então perceber porque é que a investigação científica é fundamental no desenvolvimento de um país, em todos os seus aspectos: económico, social, cultural. Todos os novos bens de consumo, em que todo o mundo gasta milhões, são o resultado directo ou indirecto de descobertas científicas. Sem recursos humanos para a Ciência, Portugal arrisca-se a ficar eternamente para trás, um país que apenas vende turismo, em que os únicos empregos são na indústria hoteleira, a servir os habitantes dos países ricos, esses tais que ousaram investir em recursos humanos para a Ciência...

A bem do País, a bem dos nossos jovens, possam os nossos dirigentes e responsáveis mostrar que têm visão, que conseguem ver para além do imediato, e que apoiam e investem em Ciência e Educação!

João Lin Yun, Director do OAL

Abril 2003