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Disco em estrela com planeta.

Uma equipa de astrónomos norte-americana descobriu pela primeira vez um disco de matéria circum-estelar em torno de uma estrela que possui um planeta.

Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma verdadeira "caça ao planeta". Depois da descoberta em 1995 de uma planeta em torno da estrela 51 Peg, vários outros planetas extra-solares são hoje conhecidos, elevando-se o número a cerca de 15. Agora, observações da estrela 55 Cnc (uma estrela a cerca de 40 anos-luz da Terra na constelação do caranguejo, que alberga um planeta), mostraram que esta possui igualmente um disco de matéria circum-estelar similar à chamada "cintura de Kuiper" observada no nosso Sistema Solar: um anel de cometas e poeira que restou dos tempos da sua formação.

Imagem de infra-vermelho próximo (1,6 micron) do disco encontrado em torno da estrela 55 Cnc. A mancha central corresponde à mascara do coronógrafo.

O disco foi observado com o auxílio do telescópio da NASA "Infrared Telescope Facility", no Hawaii. Utilizando então um coronógrafo (instrumento que bloqueia a luz da estrela permitindo obter imagens de alta sensibilidade da região circundante), os astrónomos puderam observar um disco em torno da estrela. Por seu lado, uma análise do seu espectro permitiu aos astrónomos dizer que a composição química do disco parece ser semelhante à dos objectos existentes na "cintura de Kuiper".

Entretanto, a determinação da inclinação do disco em relação à nossa linha de visão permitiu determinar a massa do planeta que orbita a 55 Cnc, já que esta era conhecida a menos do valor da inclinação da órbita. Supondo então que a órbita do planeta se encontra no mesmo plano do disco, os astrónomos determinaram para este uma massa de 1,9 vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar.

Esta descoberta vem de encontro à ideia cada vez mais estabelecida de que existem muitos outros sistemas planetários semelhantes ao nosso e, quem sabe, outros planetas como a Terra...

Terra bombardeada por raios-gama.

Uma forte "onda" de raios-gama (fotões de luz de altíssima frequência, e portanto de grande energia) vinda de uma misteriosa estrela a 20.000 anos-luz de distância (cerca de 6 kpc), atingiu a atmosfera do nosso planeta no passado dia 27 de Agosto. Este acontecimento, que segundo os cientistas não colocou qualquer perigo para a vida na Terra, permitiu-nos desvendar alguns dos mistérios de algumas das estrelas mais estranhas do Universo.

A radiação teve origem num tipo de estrelas recentemente descoberto, os chamadas "magnetares". Estes são estrelas extremamente massivas e densas, que possuindo as dimensões de uma cidade, têm uma massa superior à do Sol. Mas o que os caracteriza e lhes inspira o nome é o seu campo magnético: o mais intenso de todo o Universo conhecido, com uma intensidade cerca de 800 biliões de vezes mais forte que o campo magnético terrestre (um campo como este seria capaz de arrancar as chaves do bolso de uma pessoa que se encontrasse à distância de 200.000 km). Este campo é de tal forma intenso que a estrela possui constantemente um brilho em raios-X, e frequentemente intensos flashes de raios-gama e por vezes emitindo "explosões" de raios-gama como a agora observada.

Pensa-se que este tipo de estrelas se forma a partir da explosão (Supernova) de uma estrela muito massiva. Como resultado, o núcleo da estrela colapsa sob a sua própria gravidade, formando uma "bola" de material super-denso: uma estrela de neutrões. Esta, que como o próprio nome indica é constituida essencialmente por neutrões, possui igualmente uma crusta rígida de átomos, com cerca de 1,5 km de profundidade. No entanto, embora possua uma crusta sólida, o "magnetar" é extremamente instável, já que os fortíssimos campos magnéticos dão origem a fortes "tremores de estrela", que abrem rachas e fissuras. Nestes fenómenos é libertada energia sob a forma de raios gama.

NMS



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